Tuesday, December 17, 2013


Voltei para o piano. Há muito tempo que já não sentia as teclas e deixava levar-me pelos meus dedos já habituados à melodia. Fui tocar Fur Elise de Beethoven e surpreendi-me. Ainda não me tinha esquecido como se tocava. Para ser sincera, o piano provoca-me sentimentos opostos por diversas razões... Eu amo tocar piano! É um instrumento fabuloso, tão fácil de se transmitir emoções, de sensibilizar aqueles que atentos ouvem. Mas traz-me recordações dos tempos que sofria ataques de pânico, por saber que ia ter uma aula e ia ouvir novamente os gritos e a "dureza" da professora. Eram ferozes e dominavam-me de uma maneira que eu deixava de conseguir pensar, ou melhor, eu entrava num estado de dormência aliado aos meus dedos que já tremidos se enganavam nas notas. Mais gritos ouvia por esses erros. Sentia fraqueza, desilusão... Nunca percebi, como a professora nunca se deu conta da forma como me tirava a dedicação, a auto-estima, a vontade de tocar piano! Chegou mesmo ao ponto dos gritos se transformarem em lágrimas que eu jamais o faria em frente de alguém. Mas ela o fez.... Não apenas a professora, mas um conjunto de pessoas que contribuíram para o meu sentimento de incapacidade. E até hoje, a auto-estima que perdi continua perdida. Algures a encontrarei. Espero eu.

12 comments:

  1. r: Claro, eu acredito em ti! Mas não desistas sim? :)

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  2. R: obrigada :) E boa sorte para esses estudos e para o piano

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  3. Conheço uma rapariga que sentia o mesmo que tu descreves em relação ao piano. Deve ser um mal geral de Conservatórios! :P
    Essa auto-estima devia ser mais bem cuidada, rapariga! Tenho a certeza que és daquela que se critica demais e que é demasiado perfecionista.. Demasiado perfecionismo pode ofuscar o talento. Devias dar-te um pouco mais de crédito, tenho a certeza que tens mais valor e que sentes um pouco mais de orgulho de ti própria do que o que demonstras! :)

    R: Sim! Sem dúvida, quando se começa a cantar é que se percebe que é o instrumento mais difícil de "tocar". Eu tenho vibratto natural, mas precisa de ser muitoooo trabalho. As notas mais agudas precisam de mais controlo e consistência do que têm e é aí que se nota a fragilidade de vibratto. Mas visto que nunca foi trabalho na vida, até agora, até me sinto contente por o ter! :)
    Quanto ao curso, gosto e desgosto. É muito genérico, são três áreas gigantes e é muito para uma licenciatura. Acabei por me aperceber que o que gosto mesmo mais é de Línguas e Linguística e que as Literaturas e Culturas não são para mim, por isso, como posso escolher as minhas cadeiras, tenho escolhido um percurso que me agrada mais! :)

    E vais ter coisas boas! Aliás, já tens! Um dia, qdo te sentires confiante, gostava que pusesses algo aqui no blog, para te poder ouvir! Fico sempre bastante curiosa em relação às pessoas que cantam e que trabalham a voz... curiosa em relação àquelas que QUEREM aprender, não que dizem que cantam sem realmente terem tido alguma vez a noção do que é isso! :P

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  4. obrigada :) também gostei do teu* vais ver que vais conseguir encontrar a força que eu sei que tens e deixar todas essas más recordações para trás!

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  5. Oh, espero que a encontres em breve! Lê o comentário que me escreveste todos os dias. Talvez comeces a acreditar com o tempo :)

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  6. Eu acho o piano um instrumento lindo!
    E se conseguirás voltar, óptimo!
    Mantém-te forte!

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  7. espero que a bússola das teclas do piano te faça encontrares o que deixas-te que se perdeu.

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  8. r: Não podes pensar assim!
    Não deves mesmo!
    Não podes deixar que a sociedade te molde!
    Tu és tu pelo que fazes e pela maneira que pensas, não pelos outros!
    Pensa que um dia serás como elas, que és capaz disso!
    E conseguirás.
    O pessoal é o Never Give Up, o outro é mais de frases

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  9. Cuida mais de ti, mima-te e não desistas.
    Gostei muito, estou a seguir.

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  10. R: não, não sentes nada. Ao inicio claro que é estranho e se sente sempre qualquer coisinha, mas depois nem sentes nada. Quando sentires é porque algo está errado.
    É assim, as lentes é sempre mais prático que os óculos e compensa mais para quem aumenta a graduação em pouco tempo. Mas agora se raramente aumentas a graduação dos teus óculos, as lentes acabam por ficar mais caro. Eu tenho que pagar 45 euros por cada três meses, o que ao final de 1 ano dá um total de 180 euros. Por exemplo havia alturas em que mudava a graduação de 6 em 6 meses e era cerca de 250 euros, o que acabava por compensar mais as lentes. É uma questão de estudares o teu caso. Estou na ideia que a graduação dos óculos deve-se mudar pelo menos de ano a ano, se assim for acaba por compensar mais as lentes. E ainda tens a vantagem que não precisas de comprar armação.

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  11. R: sim, existem lentes diárias. Mas quanto aos preços não sei. Só sei que se usares todos os dias diárias ficam mais caras que as mensais.

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