É tão simples quanto isso, tão difícil, no entanto, para
compreender. Vivi para ver alguém sorrir. Encontrei uma paz na alma em saber
que alguém podia sorrir pelo amor que eu podia dar, alguém podia ser feliz com
a minha felicidade. Isso foi o reencontro com a minha espiritualidade, plena e
sã. Mas no passar do tempo, percebi que a plenitude do meu ser não pode ser encontrada
por sentir amor, por fazer alguém feliz. Existe uma superioridade muito maior
que se chama, ser Eu. E encontrar o meu Eu foi sempre um processo complicado de
construir e desenvolver. Esqueci-me de quem eu era, esqueci-me do que era
sentir-me próxima das minhas vontades e desejos. Isso foi a destruição de quem
eu era e queria ser. Apercebi-me que o amor conseguiu trazer-me mudanças
significativas na minha vida, como por exemplo, o confronto do que eu era para
o mundo. Já existe uma parte muito íntima de mim que acabou por ser partilhada
com aqueles que partilhei a maior parte da minha vida. Isso foi uma abertura no
meu coração que deixou o meu ser mais liberto ao que poderia aparecer no
futuro. Ainda há muitas feridas a curar, muitas vontades por realizar, mas o
caminho está mais perto e os sentimentos mais claros. O ter medo de dar passos
na rua a esconder o que realmente era estava a tornar-se num pesadelo de
identidade e já não podia ser realmente feliz. A felicidade é curta sem ti e o mundo seria um pouco melhor se o tempo de hoje fosse o tempo de ontem.
Um dia vou amar-te ainda mais. Sentir que te perdi foi uma facada no meu peito que me faz chorar todos os dias, mas vou continuar a amar-te, todos os dias. Continuava a viver para amar-te, mostrar-te ao mundo, mas o que o amor diz... É para lá estar.
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